Versículo forte o descrito acima? pois é, mas não sei você, mas é dessa forma que me sinto quando tenho que fazer uma escolha em minha vida. Não vou estar agindo de modo errado; não estou sendo precipitado; será que vou me arrepender?
Tem um certo conto que ouvi esses dias do autor Jorge Borges, que diz sobre uma espécie de tempo, em que, o personagem possui numa rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelo. Entendeu? Vou explicar melhor: É o existir de diversos mundos em que mostra desfechos diferentes para um mesmo ato, ou seja, uma única escolha tomada, terá diversas consequências. Esse conto diz isso. Em cada situação, novas bifurcações ou mais. Como um dos personagens de nome Fang que possui um segredo, e uma determinada pessoa bate na porta de sua casa e resolver matá-lo. Ponto. Possui quatro escolhas básicas: Fang mata o intruso; o intruso mata Fang; Fang e o intruso ficam vivos; ambos morrem. E a partir dessas situações vão surgindo novas situações a assim sucessivamente.
Esse conto é uma metáfora sobre nossas escolhas, ações e omissões, pois cada escolha tomada desencadeia uma série de fatos, porém não temos como ver as não tomadas. Como no jogo de tênis, onde uma determinada ação não pode voltar. Em que um determinado saque feito pelo jogador, ele irá ver as possíveis jogadas a partir dela, facilitando para que ele marque o ponto. Parecido assim é a vida, as nossas escolhas devem dar pontos para nós.
Para que isso ocorra preciso aprender a ter decisões certas. Não conheço o futuro e nem posso voltar no tempo. Nossas decisões não são como o conto, marcadas por desenrolares simultâneos, mas sim, uma escolha anula todas as outras. São únicas, por isso sua importância. Até posso tentar voltar atrás e consertar algo, mas serão novas escolhas e que terão outras consequências. Nossa vida não é como o antigo VHS, que podemos voltar onde paramos. Devemos aprender à acertar (se souber fazer isso 100%?!?!?).
Como disse o coordenador de minha faculdade: Aprender a aprender e pensar. Os principais inimigos da escolha errada e equivocada são a ansiedade, pressa, imediatismo e precipitação. Devemos tentar controlar tais instintos, e saber ter distanciamento, perspectiva e isenção. Momentos que preciso me distanciar da situação para escolher certo (ler um livro de perto ofusca a visão, temos que afastá-lo para vê-lo). Momentos que preciso observar o problema em diversos pontos de vista para uma tomada de decisão. Momentos para que emoções não prejudiquem minhas decisões. Sangue quente não ajuda muito.
E preciso aprender a errar. Isso mesmo: ERRAR. Erros ajudam nas decisões futuras. Não é sempre que acertamos e quando não, devemos ter nos erros base para não irmos pelo mesmo caminho. Ninguém é perfeito. Também observar os erros dos próximos a situação vivida, para não repetir.
Por isso prefiro um conto chinês que diz a respeito de um diálogo acerca de escolhas e decisões:
Jovem: Mestre, qual o segredo do sucesso?
Mestre: Decisões certas.
Jovem: E qual o segredo para as decisões certas?
Mestre: Sabedoria.
Jovem: Interessante, mas qual o segredo da sabedoria?
Mestre: Experiência.
O Jovem não querendo mais oportunar seu mestre, mas querendo saber a ultima pergunta, a fez:
Qual o segredo da experiência?
O Mestre, com olhar doce e satisfeito com o desfecho do diálogo respondeu:
Decisões Erradas.
